
O ultimo post do meu blog pessoal chama "escrevendo com David Gilmour", e nele escrevo ouvindo David Gilmour. No meio do post, porém, ouvi um pedaço de "Kiss from a rose" do Seal, musica linda que eu recomendo muito.
Resolvi escrever no insônia sob (efeito) (d)ela.
Eu te comparo com a voz que me chama, e me guia, quando estou preso em um quarto escuro. Perdido, tateando as paredes, percebo a umidade e sinto frio, mas mesmo imerso, afogado na falta de luz, consigo ver um par de olhos e os sinto.
Já não há medo, nem motivos, nem desculpas. Só há claridade pálida de um sorriso que convida a caminhada e traz para mim o amanhecer. Ainda vejo os olhos, que antes confortavam, agora queimam e me põe correndo em uma estrada sem fim dentro do teu corpo, até chegar ao coração para descobrir que nunca estive lá.
Eu quero sair daqui! As minhas unhas sangram, mas isso é só um lembrete que eu não posso derrubar paredes aos arranhões. Mas insisto, e grito, e tua voz guia agora persegue, e como juiz e carrasco, grita, e meu corpo febril, fenece.
E falece... eu não consigo acordar, apenas corro de ti, mas sempre sou encurralado num beco sujo e molhado. Entre eu e a saida, teu sorriso viciado que me apela, me seduz, então o que ameaçava, agora conduz, a mim e meus medos pelas veias da dor.
Ela me ama. Preciso sair daqui.
P.G.Sarges